Pular para o conteúdo principal

Imagem Televisiva e Espaço Político - Vilém Flusser

De acordo com Vilem Flusser, o poder da imagem consiste no fato de que a mesma tem a capacidade de fazer com que o espectador seja retirado da realidade e passe a observá-la de fora. Para ele, as coisas no mundo linear consistem em eventos e as coisas em cena, acontecimentos. A distinção entre estes dois termos se dá na origem da sua causa, haja vista que um evento é algo consequencial de fatos objetivos e os acontecimentos são produtos do acaso. Ele cita o protagonismo da escrita, como advento da prensa de Gutemberg e o seu papel político. Também cita que, com o advento da Segunda Grande Guerra e o surgimento da câmera fotográfica, a fotografia adotou o papel de representar vários pontos de vista e, de certa forma, gerar resultados distintos e distantes da realidade. Flusser diz que as imagens guardam os acontecimentos pontuais e ressalta que elas são 'mágicas'. Ele também pontua que a escrita linear, corriqueira e racional, por representar eventos, é o método mais indicado para lidar com assuntos políticos, por exemplo. Além disso, Flusser diz que a fotografia transcendeu a história e congelou eventos, transmutando-os em acontecimentos. Porém, também postula que, no seu distanciamento de assunto políticos, a imagem perde o seu 'ponto de vista'.


Diante disso, as perguntas que elaborei foram:

1-Até que ponto a realidade apreciável é distorcida pelas imagens?

2-Qual a legitimidade da intenção da ação do indivíduo? Isto é, uma pessoa pode agir somente baseada em uma vontade do seus atos serem expostos e registrados?

3-Seria interessante o uso da imagem como recurso auto-explicativo em alguns casos? Ou melhor, tal coisa seria possível?




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Teoria do Não-Objeto de Ferreira Gullar

   Na última aula, foi recomendado a leitura do texto "Teoria do não-objeto", de Ferreira Gullar. A partir disso, foi pedido que se escolhesse 10 fotos que ilustrassem o material lido.    Levando em consideração o movimento artístico o qual o crítico de arte Ferreira Gullar "pertencia", as imagens escolhidas foram de obras de dois artistas do período neoconcreto: Lygya Clarks e Franz Weissman. LYGYA CLARK FRANZ WEISSMAN

Performance Transmitida - Etapa #3

Neste post, onde relato a minha experiência ao fazer a performance, inicio já dizendo que foi algo interessante migrar de um modo de pensar elaborado durante duas aulas (processo criativo do grupo em que estava) para uma outra instrução. A primeira impressão ao se deparar com o texto elaborado pelo grupo 02 foi a de surpresa, haja vista que a performance deles se baseava em uma única base bem definida (mania de um dos integrantes do grupo) enquanto as instruções do meu grupo se baseavam em diversos conceitos mais "abertos". A partir do momento que foi definida a mania que usaríamos na performance e realizada a divisão de trios, pude iniciar a gravação dos meu takes. Apesar de estar em uma base definida, a proposta do grupo 2 estava longe de ser simples. Ao ter a 'carta branca' do grupo para explorar as diversas facetas dessa mania, pude dar vários contextos, intensidades e situações para o ato de balançar as pernas/pés. Foi curioso performar tendo como base somente a...

Intervenções sobre o Percurso

 Após a aula de quinta feira, nós do grupo 02 trabalhamos para a construção da versão final para apresentação. Abaixo, estão as duas pranchas finais e o link para a visualização em PDF https://drive.google.com/file/d/1DBFSiqiaMrguq4f6g9XDCR0UbPDtfG8n/view?usp=sharing